Editora Mantiqueira

        Quando foi convidado a dar um curso na Escola Superior de Jornalismo do Porto, em Portugal, o Professor Antonio F. Costella levou em sua companhia, além de sua mulher, o cão Chiquinho, pois o canídeo era tão apegado ao casal, que não comia quando eles não estavam em casa. Terminando o curso, os três seguiram de automóvel em viagem de três meses por Espanha, França, Itália e Grécia. Voltando ao Brasil, Costella escreveu, em sucessão, quatro livros da série Patas na Europa contando as peripécias da jornada. E o Chiquinho foi o narrador de tudo. Trata-se de uma literatura de VIAGEM, mas também de HISTÓRIA pois o cão interage com “fantasmas  históricos” ligados aos lugares visitados (Júlio Cesar, D. Pedro I, Marco Polo,  Napoleão,  Michelangelo, Monteiro Lobato, Pasteur, Van Gogh, Gabribaldi,  Pitágoras, e outros), os quais relatam fatos rigorosamente verdadeiros e pouco conhecidos. Os textos ademais divertem, com um toque de FICÇÃO, do personagem Teobaldo, um templário.

As Mídias impressa e eletrônica divulgaram generosamente o Patas, que assim se tornou grande êxito de vendas. Daí, a Editora Mantiqueira, que até então era apenas um hobby de Costella, passou a dar lucro, a ponto de tornar-se uma mantenedora do seu Museu Casa da Xilogravura, de Campos do Jordão. Por isso a efígie do narrador canino inspirou ao logotipo da Editora e o cão, que morreu de velhice, foi sepultado no jardim do Museu. Se a Universidade de São Paulo, que é a herdeira dos prédios e do acervo do Museu, eliminar o túmulo, perderá a doação.

               Depois, os quatro livros foram reunidos por Costella em um só volume. Esta reedição inclui os quatro, e vem acrescida do texto do livro Vida Cachorro, biografia de Chiquinho. Ademais, a obra teve todos os textos inteiramente revistos, ampliados e enriquecidos com muitas outras ilustrações. É o Patas definitivo.